quarta-feira, 29 de maio de 2013

Decreto que regulamenta horário de pátios de caminhões é suspenso por uma semana

28/05/2013

 

Prefeitura e diversos órgãos ligados à gestão portuária discutiram medidas para enfrentamento dos constantes congestionamentos na região

A Prefeitura de Cubatão determinou a suspensão, por uma semana, do decreto 10.048/2013, que regulamenta o horário de funcionamento dos pátios de caminhões que atuam no município. A medida virá acompanhada de uma série de ações envolvendo o poder público e os gestores portuários das cidades atingidas pelos transtornos diários provocados pelo excesso de veículos em direção ao Porto de Santos, durante o período de safra.

As decisões foram anunciadas pela prefeita Marcia Rosa na tarde desta terça-feira (28), após reunião em seu gabinete com os prefeitos de Guarujá e Bertioga, além de representantes da Prefeitura de Santos e órgãos responsáveis pela administração do setor portuário.

O decreto municipal que restringia o horário de funcionamento dos pátios reguladores (das 8 horas às 18 horas) está suspenso das 18 horas de hoje (28) até às 18 horas da próxima terça-feira (4/6). Uma nova reunião será realizada no dia 4 para a definição de medidas efetivas para o enfrentamento do problema. Na ocasião, será definido se a suspensão continua ou se outra medida será tomada em relação ao documento.

Segundo a prefeita de Cubatão, a Administração sempre buscou o diálogo com todos os envolvidos no problema, mas foi forçada a tomar medida drástica em defesa dos interesses do Município. "Sei que a medida de restringir o horário dos pátios causou problemas, mas meu dever é zelar pela Cidade. Sofremos com congestionamentos constantes há anos e não podemos mais esperar por uma solução definitiva para o problema. Cubatão não pode mais pagar sozinha o preço de estar no meio do caminho entre o produtor e o Porto".

Outras medidas - As autoridades definiram uma pauta de ações que devem ser realizadas em conjunto com a suspensão do decreto, para o enfrentamento dos constantes congestionamentos. Dentre as medidas necessárias, que serão melhor debatidas na reunião de 4 de junho, estão:

- Instalação de um Comitê Integrado de Gestão, formado por Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Codesp, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp Cubatão), Ecovias, Polícia Rodoviária, Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), Associação Comercial e Industrial de Cubatão (Acic) e Prefeitura de Cubatão, que realizará estudos para a localização de áreas na região de planalto para a instalação de pátios reguladores, evitando o fluxo excessivo na chegada ao Porto;
- Realização de estudo de origem e destino dos caminhões que chegam à região rumo ao Porto, para planejamento de tráfego desde a saída da carga até sua descarga;

- Monitoramento constante do tráfego nas rodovias que cortam o Município, para o planejamento de medidas contra congestionamentos e de ações do poder público caso os transtornos ocorram, como emissão de avisos às escolas e empresas quanto a possíveis atrasos de alunos/funcionários e remanejamento de fiscais de trânsito.

Para o presidente do CAP, Bechara Abdala, o saldo da reunião foi positivo. "Parabenizo a Prefeitura de Cubatão por buscar o diálogo e o entendimento. Avançamos nesta tarde e esperamos que esse seja o início da solução definitiva para o problema".

O presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Renato Barco, destacou o comprometimento de todos os envolvidos para que os problemas logísticos sejam enfrentados. "Vamos buscar meios para sermos pró-ativos em relação aos constantes transtornos em nossa região. Já tivemos avanços em Santos e Guarujá e acredito que isso também acontecerá em Cubatão".
Fonte: Prefeitura Municipal de Cubatão
Secretaria de Comunicação

terça-feira, 28 de maio de 2013

Decreto restringe horário de funcionamento de pátios de caminhões

Contra o caos

Créditos: Carlos Nogueira/A Tribuna

 

Encravada entre as quatro maiores rodovias regionais, Cubatão sentiu o reflexo dos congestionamentos provocados pelo excesso de caminhões rumo ao Porto de Santos nesta sexta-feira. Para evitar novos entraves na mobilidade urbana, o Município resolveu declarar guerra à raiz da questão: as empresas transportadoras e os três pátios reguladores instalados na Cidade.

O ultimado é amparado no Decreto Municipal 10.048/13 que limita o horário das operações de caminhões entre 8 e 18 horas. A determinação entrará em vigor na próxima semana.

“Mandamos, em março, cartas a todas as empresas (da cidade) informando a nossa futura decisão. Até hoje (ontem), nenhuma nos respondeu”, diz a prefeita Marcia Rosa (PT). A determinação atende a um pedido das indústrias. Atualmente, as áreas de triagem operam 24 horas. Com o novo intervalo permitido às operações, é esperado menos transtorno na troca de turnos de produção na indústria. Nos últimos meses, foram registrados até quatro horas de atraso.

Polo industrial

Os congestionamentos registrados desde a madrugada de ontem voltaram a provocar prejuízos ao polo de Cubatão, retomando um quadro que parecia resolvido e que, temem os dirigentes de indústrias, caminha para se tornar rotineiro.

Trabalhadores tiveram que descer de ônibus e caminhar a pé, para chegar às fábricas com ‘apenas’ uma ou duas horas de atraso. Os turnos da meia-noite de quinta-feira foram substituídos mais de uma hora depois, porque os congestionamentos começaram a se formar na noite desse dia e se prolongaram pela madrugada.

“Hoje (ontem) vivemos um quadro de caos geral. Não se podia chegar às indústrias de Cubatão sem sofrer com o congestionamento”, assinala o primeiro vice-diretor da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Cubatão, Raul Elias Pinto.

Mas ontem sofreram com congestionamentos de caminhões que não puderam descarregar na margem esquerda do Porto de Santos, em Guarujá, e foram remetidos de volta para os pátios reguladores de estacionamento instalados em Cubatão.

As indústrias localizadas à direita da pista da Cônego Domênico Rangoni ficaram isoladas debaixo do viaduto sobre a linha férrea, tomado pelos caminhões que acessavam o Ecopátio.

O epicentro dos problemas, segundo vários dirigentes de indústrias que preferem deixar ao Ciesp a responsabilidade pelo pensamento conjunto do polo, são os três pátios de estacionamentos de caminhões que demandam ao porto: Locatelli, Rodopark e Ecopátio.

“Realmente, as informações que recebemos indicam que os problemas começaram no Rodopark, que saturaram as rodovias Anchieta e Cônego Domênico Rangoni e também as marginais do Casqueiro e da Alemoa”, explica Raul. “E criou um quadro de insegurança, pois todos ficaram sujeitos a assaltos e ao risco de acidentes”.
 
Fonte: A Tribuna On-line/Eduardo Brandão e Manuel Alves Fernandes