ESTUDANTE DE URBANISMO CRIA PROJETO CICLOVIÁRIO PARA A CIDADE20/08/2018

Trabalho de conclusão de curso contempla patrimônios históricos e colabora com o plano cicloturístico da Prefeitura
 

A estudante de Arquitetura e Urbanismo Bárbara Oliveira, 23 anos, criou um projeto cicloviário que interliga os pontos turísticos de Cubatão. A iniciativa é tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) pela Universidade Paulista (Unip), sob a supervisão do professor e arquiteto Diego Rozo. Bárbara estagiou na Secretaria de Planejamento (Seplan) de 2015 a 2017 e recentemente retornou para cumprir o estágio obrigatório. "A princípio eu queria trabalhar com museus e, por curiosidade, fiz um curso de Patrimônio Histórico. Percebi, então, que a Cidade tem um patrimônio muito rico", disse.

A rota passa por referências históricas, industriais e ambientais de Cubatão, como a Vila Light, o local da extinta Ponte Preta, o Centro de Pesquisa em Meio Ambiente da USP (Cepema), a Biblioteca Central e o Parque Cotia Pará. "No projeto também acrescentei placas informativas sobre esses pontos", acrescentou a estudante.

Alinhamento com a Rota Márcia Prado - Para o secretário de Turismo Antônio Martins Ribeiro, o momento é oportuno. "Já estávamos estudando uma maneira de ligar a rota Márcia Prado com a ciclovia no perímetro urbano, quando o arquiteto da Seplan Mário Bezerra nos apresentou a Bárbara", declarou.

Atualmente, a Rota Márcia Prado, um projeto cicloviário oficializado recentemente pelo governo do Estado, começa em São Paulo e passa por São Bernardo, Cubatão (por meio da Rodovia Anchieta) e Santos. O percurso é inspirado em trajetos que Márcia Prado fazia. A ciclista morreu em 2009, atropelada por um ônibus enquanto pedalava na Avenida Paulista.

"Estudaremos uma forma de interligar a rota por dentro da Cidade até Santos. Para isso, vamos incluir paradas para descanso, alimentação, além de pontos para manutenção das bicicletas", explicou Ribeiro. "O trajeto deve contemplar o ecoturismo, como a Serra do Mar e os Parques Itutinga-Pilões e Perequê, e também o Turismo de Base Comunitária", concluiu.

A Setur ainda pretende incluir a rota pela Cidade, que pode receber o nome Guará-Vermelho, no calendário anual do passeio ciclístico anunciado em maio deste ano pelo governador Márcio França. O passeio está previsto para 2 de dezembro.

Apresentação do projeto - Na semana passada, Bárbara apresentou seu projeto à Prefeitura, ao Conselho Municipal de Turismo (Contur) e a ciclistas da cidade. "O próximo passo será ouvir a população, para que não só tome conhecimento desse projeto, mas também as pessoas participem como multiplicadores de informação e colaboradores", afirmou o presidente da Contur, Robson Gonzalez.

Neste sábado (25) haverá mais uma reunião com a equipe, a partir das 16 horas, na Sala do Turismo (ao lado do cinema Roxy), no Parque Anilinas, que fica na Avenida Nove de Abril, s/nº, Centro. "A reunião é aberta ao público e contamos com a presença dos que atuam ou pretendem atuar no ramo turístico, especificamente em relação à rota cicloturística", enfatizou o secretário de turismo.

Sistema Cicloviário do Município - Em 20 de abril deste ano foi apresentado o projeto de lei nº 03/2018 sobre o Sistema Cicloviário do Município, de autoria do vereador Rafael de Souza Villar (Rafael Tucla). O projeto consiste em uma rede viária para o transporte em bicicletas integradas por ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas, rotas operacionais, além de locais específicos para estacionamento (bicicletários e paraciclos).

O PL também cita o Programa Vamos Pedalar, para incentivar a inserção da bicicleta como meio de transporte a fim de melhorar as condições de mobilidade urbana em parceria com a Secretaria de Educação.

A partir desse projeto de lei, foi criada a Lei Ordinária nº 3892. Entre várias medidas, ela "autoriza o Poder Executivo a implantar ou incentivar a construção de ciclofaixas e faixas compartilhadas em trechos urbanos, de interesse turístico, nos acessos às zonas industriais, comerciais e institucionais, quando houver demanda existente e viabilidade técnica, bem como nas margens de cursos d'água, nos parques ecológicos municipais e estaduais, nos trechos em que haja monumentos tombados pelo seu valor histórico, cultural paisagístico ou artístico, desde que não coloquem em risco a finalidade do tombamento e a preservação do patrimônio, e em outros espaços naturais a serem estabelecidos pelos setores competentes".

Fonte: Marisol de Andrade - MTB 58.160