quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Barco com a Imprensa vira em estuário entre Cubatão e São Vicente

Susto


Quando você for andar de barco, pense duas vezes antes de cantar aquela marchinha: "Se a canoa não virar, olê, olê, olá...". Porque a embarcação pode virar de verdade, como aconteceu ontem, durante a vistoria dos prefeitos Marcia Rosa (Cubatão) e Tércio Garcia (São Vicente) nos canais do estuário do Mar Pequeno e do Rio Casqueiro, para estabelecer as primeiras rotas do futuro transporte público aquaviário entre os dois municípios.

O barco onde estava parte dos jornalistas, inclusive este que escreve, após colidir com a embarcação das autoridades, virou.

O passeio já não havia começado bem. Minutos após deixar a marina em Cubatão, com dez pessoas a bordo, o motor da embarcação parou. Era um mau sinal. O barqueiro mexeu no motor, umas batidas aqui, uns ajustes ali, e ele voltou a funcionar.

Na dúvida, este jornalista e Jorge Ramos, diretor de Comunicação da Prefeitura de Cubatão, sugerimos que seria melhor voltar. Era bem melhor esperar no restaurante da marina do que ficar parado no meio do estuário, na área de mangue. Mas, não. Seguimos viagem.

No barco estavam, além de nós dois, profissionais da Folha da Baixada, TV Primeira de São Vicente, assessoria de imprensa de São Vicente e outros. Havia três pessoas a mais do que permitia a capacidade da pequena embarcação, mas o passeio corria bem.

Havia coletes. Contudo, ninguém os colocou, pois não pensavam no pior: um barco virar em um passeio simples pelo estuário, onde não há ondas? Impossível, julgaram todos.

E a vistoria dos prefeitos continuou. Chegamos a São Vicente, passamos sob a Ponte A Tribuna, no Canal dos Barreiros, e a Esmeraldo Tarqüínio, no Mar Pequeno. Tudo tranquilo. Era até engraçado ver as autoridades todas molhadas pela chuva e o respingo da marola feita pelos motores. O meu celular tocou. Era a editora querendo saber sobre as minhas matérias de hoje. Quando comecei a falar... o susto! O impacto veio e o barco começou a virar. Todos caíram na água. Não ficou claro como tudo aconteceu. Só se sabe que um barco bateu no outro. O barqueiro não foi mais visto depois do acidente, mas ele está bem.

Pelo menos quatro pessoas não sabiam nadar. Quem sabia viu como é difícil se virar em momento de tensão, com roupas molhadas e a adrenalina no sangue. Segundos viram horas.

O fotógrafo da Prefeitura de São Vicente, Márcio Pinheiro, não sabe nadar. Ironicamente, ele foi salvo por outro que também não sabe, o repórter do Diário do Litoral Eduardo Brandão, que se agarrou ao casco da embarcação naufragada. Já o fotógrafo Ademir Orfei "aprendeu a nadar na hora", como conta ele. A jornalista Andreia Lopes, do Jornal Acontece, se virou bem. Sabia nadar e nem medo passou, acho eu.

Até o secretário de Comunicação vicentino, Clóvis Vasconcelos, deixou o barco das autoridades e pulou na água para ajudar. Por sorte, um bote do Corpo de Bombeiros acompanhava a vistoria. Como viramos em frente a uma marina, a da Rua Japão, em São Vicente, de lá saiu mais uma embarcação para salvar quem ainda estava na água.

Todos a salvo, chegou a hora de contar os prejuízos. Três máquinas fotográficas profissionais perdidas, uma câmera filmadora que agora repousa no fundo do mar, junto com celulares, documentos e algumas coisas mais.


Como se diz: no final, tudo deu certo. Todos se salvaram. Os jornalistas viraram notícia e ganharam mais uma história para contar. Ah, Raimundo Rosa, de A Tribuna, foi o único fotógrafo que entrou em outra embarcação.

 
Fonte: A Tribuna-Thiago Macedo




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