Prefeitura exigirá indenizações para pescadores cubatenses afetados pelo incêndio na Alemoa
Município conta com apoio do Ministério da Pesca, que enviou
técnicos à Cidade para avaliarem a extensão dos prejuizos causados àqueles
trabalhadores
A Prefeitura deu início, nesta
quarta-feira (8), a uma série de ações destinadas a compensar a Cidade pelos
impactos negativos causados pelo incêndio que ocorre há duas semanas no parque
industrial do bairro da Alemoa, em Santos. Entre tais ações inclui-se a coleta
de dados que permitam ao Município exigir, da empresa Ultracargo, responsável
pelos tanques incendiados, indenizações para as mais de 200 famílias de
pescadores prejudicadas pelo acidente.
O Ministério da Pesca ajudará a administração municipal em tal objetivo.
Durante a manhã, técnicos do órgão participaram de reunião com a prefeita Marcia
Rosa, representantes de associações de pescadores, secretários municipais e
líderes das associações comunitárias da Vila dos Pescadores. Este núcleo,
situado às margens do Rio Casqueiro, é o que concentra o maior número de
famílias que dependem da pesca artesanal em Cubatão. Ali, poucos dias após
início do incêndio, apareceram cerca de três toneladas de peixes mortos,
possívemente contaminados pelos produtos químicos vazados dos tanques atingidos
pelas chamas.
Os técnicos do Ministério da Pesca vieram a Cubatão por
determinação do ministro Helder Barbalho, atendendo a pedido da prefeita Marcia
Rosa. Na terça-feira, eles percorreram as áreas afetadas e entrevistaram
moradores. "Ficamos impressionados com a dimensão do acidente, principalmente em
seu aspecto social", afirmou Josué Bezerra de Freitas Neto, responsável pela
Coordenação Geral de Planejamento e Ordenamento da Pesca Artesanal
Marinha.
Ele encaminhará, ainda hoje, uma nota técnica a Brasília,
ressaltando a necessidade de ajuda imediata aos pescadores impedidos de
excercerem suas atividades em decorrência da contaminação química das áreas em
que atuam. "Apoiamos a iniciativa da Prefeitura de exigir a indenização e, em
nosso relatório final, enfatizaremos a necessidade de, em curto prazo, os
pescadores terem algum tipo de auxílio do Governo Federal", afirmou Josué
Bezerra. O relatório geral dependerá da obtenção de mais informações, entre elas
os dados técnicos relativos aos índices de contaminação da fauna
marinha.
Durante a reunião, os representantes do Ministério
comprometeram-se a ajudar na regularização profissional daqueles que ainda não
têm a carteira de trabalho expedida pelo órgão, a fim de que possam reivindicar
auxílios agora e indenizações futuras. A prefeita Marcia Rosa indicou
funcionários municipais para comporem, com representantes da categoria, uma
comissão mista para tratar destas questões.
O maior -
Os pescadores participantes do encontro destacaram a importância do
apoio político e jurídico que a Prefeitura está oferecendo à categoria.
Francisco Tobias Barros, um dos fundadores da Vila dos Pescadores, disse que,
nos 55 anos em que vive e trabalha na região, nunca viu um acidente deste tipo.
"Lembro-me do incêndio da Ilha Barnabé, na área portuária, e de outros incêndios
no próprio bairro, mas nenhum deles matou tantos peixes e atingiu área tão
grande".
Para Francisco, o que preocupa mais é a incerteza sobre quando
poderão retornar às suas atividades. "Se não tiverem ajuda, as famílias vão
passar muitas necessidades", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário