quinta-feira, 4 de abril de 2013

Chuvas do final de verão ainda causam impacto no comércio

Quinta-feira, 4 de abril de 2013 - 07h31
Cubatão

 

Mais que a devastação de sonhos, perdas materiais e a necessidade de recomeçar para as vítimas da chuva, as águas do fim do verão ainda causam impacto em Cubatão. As agruras de 22 de fevereiro e 17 de março são apontadas, em parte, pelo tímido primeiro trimestre no comércio local.

Cálculos da Associação Comercial e Industrial da Cidade (Acic) indicam redução de até 20% no volume de vendas nos principais corredores varejistas cubatenses. Para o presidente da Acic, Hermes Balula, a chuva não foi a única vilã para varejo local. “É uma série de coincidências financeiras que afetou bastante o comércio. Temos a queda da arrecadação, e a indústria tem reduzido o tamanho de seu passo. Tudo isso reflete no dia a dia da Cidade. E o termômetro é o comércio”, diz.

A redução das atividades no Polo Industrial, de acordo com o presidente, resultou na demissão de trabalhadores.

E os impactos dos desastres naturais nas finanças do Município já haviam sido comentados pela prefeita Marcia Rosa (PT) há duas semanas, quando mandou cortar 20% das despesas orçamentárias. Na ocasião, planilhas sinalizavam que o comércio (fonte importante de receita para a Prefeitura, por meio de impostos) teria forte interferência.

Os cofres públicos municipais já sofrem com a queda na produção industrial, principal fonte de receita da Prefeitura. A redução foi de 2,5%, segundo dados divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – o que motivou a economia de guerra desencadeada pela Prefeitura.

Isso acabou confirmado com os números expostos pelo presidente da Acic. “(O movimento comercial) Foi bastante inferior (ao do primeiro trimestre do ano passado). Calcularia uma queda de 20%, com base no comércio tradicional e bastante ativo na Cidade”.

Balula afirma que o percentual poderá sofrer alterações, pois nem todos os associados fecharam os balancetes de janeiro a março.

Perda de estoque
A desaceleração do comércio cubatense é mais um obstáculo à recuperação das receitas da Cidade. O abalo nas finanças não se limita à comercialização de mercadorias. Comerciantes também tiveram perdas materiais com as enxurradas registradas em fevereiro e março.

“Houve prejuízo muito grande. Teve locais da Cidade, como a Praça Princesa Isabel, em que a água subiu mais de 1,6 metro. Como foi muito rápido (o aumento do volume de água), não houve tempo para proteger os estoques”, relata.

Outros pontos
Contudo, aquele não foi o único ponto afetado pelo avanço das chuvas. A Praça Getúlio Vargas, como boa parte da região central da Cidade, também registrou prejuízos com as enxurradas.

Naquela localidade, estão as instalações da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo em Cubatão (Ciesp-Cubatão), danificadas por causa de uma elevação do nível da água superior a 20 centímetros. A inundação deixou o imóvel em estado de observação.

“Ainda não conseguimos reunir todas informações e pontuar um a um. Mas, nos comércios contatados, que são a maioria, houve perdas de até 70% do estoque”, sustenta o presidente da Acic. Ele acrescenta que a oscilação do comércio foi maior do que a prevista pelo setor, o que pegou os empresários de surpresa. “Desta vez, o gráfico deu uma declinada atípica”.

Novo comando
Após dois mandatos consecutivos (que somam quatro anos), Balula deixará, na próxima semana, a presidência da Associação Comercial e Industrial da Cidade.

A partir do dia 8, o comando da Acic ficará a cargo do empresário Antônio Teixeira Gomes, atual vice-presidente da entidade.
 
Fonte: Eduardo Brandão/A Tribuna de Santos

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