sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Chuvas provocam 12 deslizamentos e desabrigam 74 famílias em Cubatão, que está em nível de atenção


Choveu 40,9% a mais, em 24 horas, do que em todo o resto de fevereiro no Posto da Casa 8. Prefeitura recolhe donativos. Prefeita Marcia Rosa determina providências imediatas

Assim como as demais cidades da região, Cubatão também sofreu com as fortes chuvas que vêm caindo desde o início da noite de quarta-feira, dia 24. O ponto alto foi às 1h49 desta quinta-feira, com a maré marcando um pico de 1.6 metros, o que prejudicou a vazão das águas da chuva e provocou inundações em vários pontos da cidade, desalojando 74 famílias, sendo 40 do Sítio Novo/Vila Esperança, e 34 do Bairro Pilões. Também foram registrados 12 deslizamentos de terra: em oito pontos do Grotão, atingindo três residências; dois deslizamentos na Cota 200 e outros dois deslizamentos na Cota 95. Com estes fatos, a partir das 8h30, Cubatão decretou Nível de Atenção.

Conforme levantamento feito pela Comissão Municipal de Defesa Civil, o índice pluviométrico nas últimas 24 horas chegou a 113,4 milímetros no Posto da Casa 8, no alto da Serra. Isto representa 40,9% a mais do que durante todo o mês de fevereiro na mesma região.

“Essas famílias já estão sendo atendidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social, que já garantiu o almoço e a janta para todos, além de um 'kit alimento' para cada família atingida”, informou a titular dessa pasta, Erenita Maria Barbosa, que acompanhou todo o trabalho de atendimento às vítimas das enchentes.

No Sítio Novo a água chegou a mais de um metro de altura, durante a madrugada, invadindo várias casas da Rua Frei Damião, Caminho do Papa, Caminho São Jorge. Técnicos da Comdec que foram ao local providenciaram a retirada de 40 famílias que tiveram seus pertences perdidos durante a cheia. “Esse pessoal está alojado em casa de familiares e amigos, até que a água baixe e seja feita nova avaliação das casas”, afirmou o coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil, José Antonio dos Santos.

Manifestação - Ainda durante a madrugada, alguns moradores do núcleo habitacional fizeram uma manifestação, impedindo o trânsito pela Avenida Principal, com pneus e móveis atingidos pelas chuvas, aos quais atearam fogo. “A situação foi controlada imediatamente com a chegada da polícia militar e do corpo de bombeiros”, afirmou o presidente da Sociedade de Melhoramentos do núcleo, Gelson Almeida da Rocha, que elogiou a atuação dos militares.

O material foi retirado ainda no período da manhã por funcionários da Divisão de Limpeza Urbana, utilizando um trator e um caminhão com caçamba. Acompanhando a desobstrução da via pública, o montador de andaimes Eduardo Limão dos Santos, que mora na Rua Frei Damião, disse que sua casa quase ficou submersa. “Perdi quase tudo que tinha em casa, minha cama, os colchões, sofá, estante e a impressora. Vai ser difícil recuperar tudo”, lamentou o morador.

No núcleo Pilões, onde o Rio Pilões/Cubatão transbordou, invadindo várias casas, 34 moradores foram alojados no Centro Comunitário do bairro. Também o Rio Perequê transbordou e as águas entraram cerca de 20 centímetros na casa onde funciona o setor administrativo do Parque Ecológico. A Avenida Tancredo Neves e a Vila São José também tiveram alguns pontos alagados, assim como várias ruas da Vila Nova, Jardim Costa e Silva, Ilha Caraguatá, Vila Nova e outros locais do município.

A pista da Via Anchieta, sentido Santos, também foi atingida pelas chuvas, alagando o leito da via na altura do Jardim Casqueiro. Também nesta região, o acesso ao viaduto 31 de Março foi prejudicado, formando enormes congestionamentos em suas alças de acesso.

Prefeita em Pilões – No início da tarde, a prefeita Marcia Rosa foi ao núcleo Pilões, para verificar a situação dos moradores do núcleo, com os quais se reuniu na sede da Sociedade de Melhoramentos. Constatando as dificuldades dessa entidade, onde estão sendo abrigadas várias famílias, determinou a imediata colocação de banheiros químicos e outras melhorias, bem como que seja marcada na próxima semana uma reunião com os moradores para avaliar as necessidades.

Entendendo que "a população precisa ter respostas e o apoio das políticas públicas", a prefeita providenciou ainda para que fosse prestada ajuda emergencial imediata aos moradores abrigados, verificando ainda a possibilidade de conceder auxílio-moradia para os que não tiverem condições de permanecer em suas casas. Deixou claro ainda que considera mais importante a retirada de todas as pessoas residentes em áreas de risco, evitando situações mais graves, mesmo passando por cima de procedimentos burocráticos que possam dificultar as remoções.

Vila Esperança – Em seguida, a prefeita visitou a Vila Esperança, onde também se reuniu com moradores e determinou a remoção de um casal de idosos, com cerca de 80 anos de idade cada um, para uma casa-abrigo, como medida preventiva. Equipes da Prefeitura realizaram trabalhos de drenagem no local, que prosseguem amanhã, inclusive com a substituição de algumas redes coletoras por manilhões (com 1 metro de diâmetro), de forma a ampliar a vazão das águas pluviais. Constatou-se ainda que dois aterros particulares, irregulares, contribuíram para o alagamento no local, tomando a Prefeitura as providências para sanar o problema.

Doações – A Prefeitura está arrecadando alimentos, roupas, colchões, móveis e eletrodomésticos que possam ser doados em benefício dos desabrigados. Os donativos podem ser entregues no Centro Esportivo Humberto de Alencar Castelo Branco (Castelão), situado na Rua Embaixador Pedro de Toledo, 365, no Centro.

Fonte: Departamento de Imprensa

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