quinta-feira, 22 de abril de 2010

Um cochilo para aprender melhor

Cochilo durante o dia estimula a memória.

Tirar uma soneca durante o dia – e sonhar, mesmo que por apenas 10 minutos – pode melhorar o desempenho no trabalho ou na escola.

A idéia parece difícil de ser incorporada nas empresas e colégios, mas é o que aponta uma pesquisa divulgada pela revista Cell Press, feita por médicos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Para analisar o comportamento do cérebro durante a sesta, os pesquisadores colocaram voluntários em frente a um computador tridimensional e propuseram uma espécie de jogo. Cada participante deveria percorrer um labirinto que continha uma árvore no centro. O objetivo era ultrapassar os desafios e chegar até a planta. Os participantes que tinham permissão para dormir durante o dia, entre uma atividade e outra, conseguiram alcançar a árvore em um tempo menor que os demais.

Em alguns casos, os participantes relataram que sonharam com a música do jogo de computador. Outros recordaram de pessoas dentro do teste, mesmo sabendo que não existia nada além da árvore. Um dos participantes ainda relatou que durante o cochilo, teve a sensação de estar dentro de uma caverna repleta de morcegos, buscando a saída.

“Acreditamos que esses sonhos provam que o cérebro continua trabalhando no jogo em diferentes níveis e formas. O sonho mostra que o cérebro atua no mesmo problema buscando associações para a memória que poderão ser usadas no futuro”, disse Robert Stickgold, um dos pesquisadores da faculdade de medicina de Harvard.

Em outras palavras, o inconsciente trabalha relembrando formas de resolver o problema do jogo. Segundo os pesquisadores, os sonhos são essencialmente um efeito do processo de memorização do ser humano.

Stickgold ainda afirma que há muitas formas de tirar proveito desse fenômeno e aperfeiçoar a capacidade de memorização. Na opinião do pesquisador, o ideal é intercalar alguns minutos de sono com longos períodos de estudo. Dessa forma, o cérebro continuará trabalhando no desafio, estimulando a habilidade para resolvê-lo. “Pessoas que cochilaram após uma longa tarde de estudo, sonharam com algo que precisavam lembrar”, afirma o médico.

Os pesquisadores crêem que o estudo chama a atenção para uma questão outrora incompreendida pela ciência. “Por que sonhamos? Qual a função do sonho?”

Segundo Stickgold, o sonho tem o poder de auxiliar na capacidade de memorização. Mas é preciso que, ao acordar, as pessoas consigam relatar o sonho. “Muitos vêem o sonho como um entretenimento. Mas os estudos sugerem que ele é um subproduto do processo de memorização. Sobre a necessidade de lembrar-se do sonho para conseguir aproveitar os benefícios para a memória o pesquisador questiona: "Creio que não seja necessário, até porque, muitas pessoas só conseguem relatar 10 ou 15 por cento do que sonharam”.

Fonte: IG São Paulo

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